sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um herdeiro - 2


Casados a 2 de Maio, os Delfins de França, Jean e Philomena, anunciaram recentemente que aguardam o nascimento de uma criança. Aceitam-se apostas se for um rapaz: Henri, Louis, Philippe, François ou Jean?

Um herdeiro - 1


No passado dia 2 foi publicado na Jordânia um decreto real, pelo qual foi nomeado herdeiro do trono o príncipe Hussein, de 15 anos, primogénito dos reis Abdullah II e Rania. É algo inédito nas monarquias árabes, mesmo na Jordânia onde o actual rei só foi designado herdeiro pelo seu pai o rei Hussein poucos dias antes da morte deste, e em detrimento do irmão de Hussein.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Um feliz parágrafo

" O grande mal dos chefes republicanos da I República não foi a falta de lógica, no plano ideológico, ou a falta de coragem ou a falta de tenacidade e habilidade, o seu grande mal foi estarem completamente errados, relativamente à objectividade dos factos, como hoje se pode constatar, sem a mais pequena dúvida; se terem enganado totalmente, em termos de previsão histórica, e, finalmente, haverem falhado, como falharam, na sua função de estadistas, criando por suas mãos aquilo que menos pretendiam e que veio a constituir o Mito Salazarista. "

- Jorge Babo, A TRAGÉDIA PORTUGUESA- Dos mitos às realidades ( 1820-1975 ) ,p. 175, Editora Ulisseia, 1991.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Da legitimidade - 2

" (...) Este Reino é obra de soldados. Destacou-o da Espanha, conquistou-o palmo a palmo um príncipe aventureiro que passou a vida com a espada segura entre os dentes, escalando muralhas pela calada da noite, expondo-se à morte a cada momento, tão queimado do sol, tão curtido dos vendavais como o ínfimo dos peões que o seguia. Firmou-lhe a independência o Rei de « Boa Memória » , que tantas noites dormiu com a armadura vestida e a espada à cabeceira, bem distante dos regalos dos Paços Reais. E para a formação de Vossa Casa concorreu com ele o mais bravo dos seus guerreiros, que simbolizou e resumiu em si quanto havia de nobre e puro na História Medieval, um herói e um santo. Mais tarde, o « Príncipe Perfeito », depois de haver mostrado que sabia terçar lanças em combate com o melhor dos cavaleiros, depois de haver abatido de vez todas as cabeças que se erguiam por demais altivas perante a Coroa Real, deu pela força da sua vontade de ferro um impulso de tal ordem às nossas naus, que foram ter ao Cabo da Boa Esperança, abrindo a Portugal o caminho por onde chegou ao apogeu da glória (...) "

- Mouzinho de Albuquerque, Carta ao Príncipe Real D.Luís Filipe de Bragança, Guimarães Editores, 2008.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

As razões de uma escolha

" (...) É por esta monarquia que votamos; uma monarquia que nos dias normais seja um símbolo representativo da unidade da pátria e da concórdia dos cidadãos, rodeada de uma corte austera, cujos membros sejam escolhidos pelo Rei e pela Rainha, com a aprovação do primeiro-ministro, e dedicada à função de tutora da constituição e de órgão da vontade do povo nos momentos supremos da vida nacional, quando as outras forças políticas se mostrem incapazes de produzir um governo estável. A esse Rei, lembrados das palavras que em tempos os companheiros de batalha contra os árabes endereçaram em terras de Espanha aos soberanos de novo subidos ao trono, nós, de chapéu na cabeça, dizemos:
« Nós, nenhum dos quais é igual a ti mas que todos juntos somos mais do que tu, declaramos e queremos que sejas Rei para a defesa de todos nós contra qualquer de nós que se erija em opressor nosso e contra a nossa própria loucura se porventura nos persuadíssemos a renunciar à nossa liberdade. Se tu fores Rei para nos defender e às nossas liberdades, nós ser-te-emos fiéis porque seremos, assim fazendo, fiéis a nós próprios, aos nossos avós e aos nossos filhos. Mas se não fores o Rei que queremos, fica sabendo que já não será suficiente o esquecimento do exílio para lavar as tuas culpas.» (...) "

- Luigi Einaudi, Porque vou votar pela Monarquia, artigo publicado no diário italiano L' Opinione a 24 de Maio de 1946.

Estas palavras de Einaudi, escritas no contexto do Referendo italiano Monarquia/República de 1946, cujo resultado ficará sempre marcado por fraudes pró-republicanas em certas regiões, têm, para mim, plena actualidade. Uma corte austera, e o Rei como guardião da Constituição mas não só- também a solução em tempos de instabilidade política. Aliás, não é este o "segredo" do tão bem sucedido Juancarlismo do outro lado da península ?

terça-feira, 7 de julho de 2009

A caminho do Centenário... - 1

- D.Carlos I, José Malhoa, 1891, Assembleia da República.


" (...) Na sua propaganda, os republicanos sabiam perfeitamente o que o Rei significava para os portugueses, como representante arbitral do poder. É o que se exprime no conceito de poder moderador, consignado na Carta Constitucional. O Rei é a entidade de quem se espera que transforme os confrontos de ideias e de políticas em soluções de equilíbrio, a entidade que defende as minorias e o exercício dos direitos. Mas essa função arbitral e como tal executiva do Rei foi isolada tanto pela propaganda republicana como pelos próprios monárquicos. O Rei foi apontado, perante a opinião pública, como um órgão de partido, através de uma campanha sistemática que durou dezenas de anos e envolveu quase todos os políticos constitucionais. Isto não constitui mistério para quem ler ou consultar os jornais da época, as revistas humorísticas, os espectáculos teatrais do Teatro da rua dos Condes, do Ginásio,etc, ou para quem ler os panfletos e outras publicações do tempo.
A esta propaganda ninguém respondeu com o esclarecimento da problemática monárquica, no sentido de a considerar capaz de oferecer reservas poderosas para a solução dos antagonismos e divergências que todas as sociedades comportam. Ao mesmo tempo, sistematicamente, a propaganda republicana levava à prática, ponto por ponto, linha por linha, momento por momento, esse objectivo e acabou por conseguir, sobretudo na cidade de Lisboa, isolar o Rei. E quando este parecia isolado no meio do país político a ponto de vir a ser assassinado, a proclamação da República tornou-se inevitável. (...) "

- Jorge Borges de Macedo, A PROBLEMÁTICA MONÁRQUICA E AS CRISES NACIONAIS, separata do volume Estudos sobre a Monarquia- Conferências no Grémio Literário, Lisboa, 1984.

Da legitimidade - 1

- Le premier Consul, Antoine Gros, óleo sobre tela, 1802. ( Já só existem 3 das 6 cópias feitas pelo pintor, e uma está numa colecção particular. )

" (...) O que foram na verdade os reis primitivos? Guerreiros audaciosos que os companheiros de armas levantaram nos escudos acima das suas cabeças. E o que foi o maior de entre os Reis, aquele cujo nome ribomba como um trovão na História deste século? Um militar ambicioso que, elevado ao Império pelos soldados, não se deu por contente enquanto não pôs o pavês que o levantara em cima das costas dos outros Reis da Europa que lhe serviram de pés ao trono.
E entretanto, a despeito da sua incomparável grandeza de ânimo, a despeito das qualidades únicas de mando com que a Providência o dotara, talvez para castigo de muitos, por certo para exemplo de todos, caíu esse colosso e o grande Imperador foi derrubado por esses mesmos que tanta vez vencera. Faltava-lhe a tradição da Monarquia, da linhagem Real, que cimenta e consagra a autoridade dos Reis legítimos. (...) "

- Joaquim Mouzinho de Albuquerque, in Carta ao Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança, Guimarães Editores, Outubro de 2008.

É esta legitimidade que advém da tradição e de uma linhagem, fundadas na continuidade histórica , que nos leva a aceitar quase instintivamente o Príncipe que temos, e a sentirmos imediata repulsa tanto por fantasiosos e duvidosos pretendentes italianos, como por colaterais que pelos vistos viveram décadas sob reserva mental embora sem nunca deixarem de cortejar o Príncipe legítimo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Bodas de Ouro na Bélgica

O dia 2 de Julho de 1959 foi o dia do casamento de S.A.R. o príncipe Alberto da Bélgica, príncipe de Liége, com donna Paola Ruffo di Calabria. Trinta e quatro anos depois, os príncipes de Liége subiram ao trono belga após a morte do irmão de Alberto, o rei Balduíno I, que não deixou descendentes.